"a questão ambiental deve ser trabalhada não como resultante de um relacionamento entre homens e a natureza, mas como uma faceta das relações entre os homens, isto é, como um objeto econômico, político e cultural". (MORAES, 2002)

segunda-feira, 8 de abril de 2013

O descaso lá e o reflexo aqui


Basta um "passeio" por Saramenha para entender tudo o que é publicado aqui no blog. Fiz isso ontem: andei pela Av. Amério Renê Gianetti, pela Rodovia Rodrigo Melo Franco de Andrade, pelas Vilas Operária e dos Engenheiros, por Saramenha de Cima, enfim, observei a fábrica de alumínio de vários pontos.

É fácil a constatação de que o abandono e a falta de investimentos imperam naquele lugar. O remanescente da fábrica de alumina, desativada em 2009, está absurdamente enferrujado, sujo e com aparência de "ferro-velho" - duvido que volte a funcionar. Vi mato crescendo entre as telhas de um telhado, vidros quebrados, portões desalinhados, janelas fechadas com tijolos sem reboco... Até a cobertura da portaria de veículos, arrancada pelo vento numa dessas chuvas da virada do ano, ainda não foi refeito - está lá, o prédio descoberto.

E a Av. Amério Renê Gianetti? cheia de burados! no tempo em que as carretas com carvão coque passavam por ali para descarregar na fábrica de pasta o asfalto era impecável. Depois que o descarregamento passou a ser pela outra portaria o abandono tomou conta, afinal, aos olhos dos que governam, Saramenha só existe para a fábrica! é como se não tivesse uma enorme população alí ao redor.

Toda a região de Saramenha parece sentir o abandono. As pessoas estão desanimadas, as ruas vazias... No campo de futebol só jogam os "peixes" dos diretores da fábrica, o ginásio é um abandono só, o clube Aluninas só serve para a sauna e o Clube do Alumínio virou um mero salão de festas particulares. Até a igreja está em declínio: a Matriz de Cristo Rei, outrora viva e dinâmica, sucumbiu diante da melhor localização da Igreja de Nossa Senhora de Lourdes do bairro Bauxita. A tradicional Igreja de Saramenha  recebe hoje apenas os seus antigos fiéis que lutam para mantê-la em funcionamento.

Essa é a nossa luta: fazer com que a sociedade entenda que o abandono da fábrica reflete em toda a região. Não é uma simples fábrica de alumínio fechando, são três bairros sendo abandonados e jogados à propria sorte. É preciso um plano "B", uma nova estratégia para promover o desenvolvimento em Saramenha, seja com a retomada de investimentos pela Novelis ou com a instalação de novos empreendimentos sociais, industriais ou comerciais socioambientalmente corretos.

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